O Vasco da Gama anunciou nesta quarta-feira (13) a criação da Sociedade de Propósito Específico (SPE) para gerir a reforma de São Januário. Assim, o clube dá um passo decisivo rumo à modernização do estádio e ao início efetivo das obras.
De acordo com o comunicado, a nova empresa terá controle integral do Vasco. Além disso, será responsável por administrar a venda do potencial construtivo do terreno. Com isso, todo o valor arrecadado será aplicado diretamente no projeto.
Ainda segundo a diretoria, será aberta uma conta garantia e entregue a documentação à Prefeitura do Rio. Dessa forma, o clube poderá receber o Termo de Transferência de Potencial Construtivo, documento que autoriza a operação e, consequentemente, destrava o fluxo de investimentos.
O que é a SPE e por que ela importa
A SPE funciona como uma empresa criada para um objetivo único. No caso do Vasco, a meta é administrar de forma transparente e segura os recursos da obra. Para isso, o clube poderá vender o direito de construir acima do limite atual do terreno. Quem adquirir esse direito pagará ao Vasco, que, por sua vez, aplicará o valor na reforma e nas melhorias do entorno.
Além disso, esse modelo atende às exigências legais previstas na Lei Complementar nº 272, de julho de 2024. Sem essa estrutura, o projeto não poderia avançar. Por outro lado, a SPE também dá mais segurança a investidores, o que facilita negociações e acelera o cronograma.
Aprovação dos sócios
O tema foi amplamente discutido entre conselheiros e torcedores. Por isso, no dia 23 de maio, o Vasco convocou Assembleia Geral Extraordinária. Como resultado, a criação da SPE foi aprovada com ampla maioria: 2.315 votos a favor, 670 contra e 74 abstenções.
Assim, a diretoria obteve respaldo para negociar a venda do potencial construtivo tanto com a Prefeitura quanto com o mercado imobiliário. Essa aprovação, portanto, deu fôlego ao projeto e reforçou a confiança interna e externa.
Projeto do novo estádio
O novo São Januário terá entre 43 mil e 57 mil lugares. Além disso, o projeto, assinado pelo arquiteto Sérgio Moreira Dias, prevê acessibilidade total, iluminação moderna, áreas comerciais e espaços multiuso. A arena também contará com infraestrutura aprimorada para imprensa e serviços ao torcedor.
No que diz respeito ao orçamento, o valor estimado supera R$ 500 milhões. Todo o montante deverá vir da venda do potencial construtivo. Segundo a diretoria, já existem propostas que cobrem 100% desse valor, o que indica forte interesse de investidores.
Prazo para início das obras
O vice-presidente geral, Renato Brito Neto, declarou que o Vasco pretende iniciar as obras em janeiro de 2026. No entanto, ele reforçou que isso só ocorrerá após a confirmação de todos os recursos financeiros. Dessa maneira, o clube evita riscos de paralisação no meio do processo.
Essa previsão otimista depende de que a venda do potencial construtivo seja concluída ainda em 2025. Caso contrário, o início poderá ser adiado. Mesmo assim, a diretoria demonstra confiança em fechar as negociações dentro do prazo.
Próximos passos
Agora, o próximo passo é concluir o registro da SPE na Junta Comercial. Em seguida, o Vasco solicitará oficialmente à Prefeitura o Termo de Transferência de Potencial Construtivo. Com o documento em mãos, será possível formalizar as escrituras de venda e, consequentemente, liberar os recursos para a obra.
Paralelamente, o clube trabalha nos ajustes finais do projeto arquitetônico. Assim, quando o aporte financeiro estiver garantido, a licitação poderá ser aberta de forma imediata.
Impacto para o clube e para a torcida
A reforma de São Januário vai muito além da modernização física. Afinal, o estádio é um símbolo do Vasco e um marco na história do futebol brasileiro. Com a nova arena, o clube poderá aumentar a receita com bilheteria, atrair patrocinadores e criar novas fontes de renda com eventos e áreas comerciais.
Para a torcida, a expectativa é enorme. Muitos veem na obra uma oportunidade de revitalizar o bairro e fortalecer a ligação do clube com a comunidade local.
Conclusão
Em resumo, a criação da SPE coloca o Vasco em um caminho claro para transformar São Januário. Agora, existe um modelo financeiro definido, investidores interessados e um cronograma estabelecido. Se tudo correr como previsto, as obras começarão em janeiro de 2026. Assim, o centenário do estádio, em 2027, poderá marcar não apenas uma data histórica, mas também o renascimento de um dos templos mais tradicionais do futebol brasileiro.